JONES ABREU SCHNEIDER

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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Matéria do Correio Braziliense

26/05/2011
Quinta Crônica volta a ser realizado hoje, no auditório da TV Câmara

» Luiz Prisco

J. Abreu dramatiza crônicas e contos e recebe Renato Mattos (foto)

Crônicas, contos e poesias ganham uma roupagem diferente, uma leitura dramatizada no projeto Quinta Crônica, que volta a ser realizado nesta quinta-feira, às 19h, no auditório da TV Câmara. O evento comandado pelo ator J. Abreu — responsável pela apresentação dos textos — mostra ao público brasiliense o trabalho da contista e poetisa Cinthia Kriemler, do letrista e cantor Renato Matos e do jornalista e dramaturgo Sérgio Maggio. Tudo isso, em uma narrativa dinâmica, que mostra os escritos quase como uma peça de teatro.

Após a leitura dos textos, J. Abreu comanda uma espécie de talk show, no qual os convidados comentam sobre os trabalhos. “Quero instigá-los a falar sobre como Brasília influência o processo de criação deles e sobre a história de envolvimento com a escrita. Saber como começaram a desenvolver a atividade de escritor e o caminho trilhado”, comenta Abreu. O ator garante que tudo se passa de maneira dinâmica, com participação da plateia. “A ideia é oferecer um bate-papo descontraído, uma conversa divertida e interativa.”

Oficialmente, a funcionária pública Cinthia Kriemler, 54 anos, é escritora há apenas quatro anos. Isso é uma meia-verdade. É fato que ela decidiu, aos 50 anos, começar a publicar os trabalhos que escreve desde a adolescência e alguns deles resultaram no livro Para enfim me deitar na minha alma. A contista e cronista explica que gosta de falar sobre pessoas, sobre seres humanos e seus conflitos da convivência. “Minhas produções falam de gente, de relação, mas não é meloso e nem água com açúcar. Sempre tem um passeio pelo humor, mas sem exageros.” A autora comenta que prefere os contos a textos mais curtos. “Acho que é por conta de gostar da trama, do enredo, dessa coisa de criar personagens. A crônica é mais factual. Uso esse gênero mais para a denúncia.”

Diversidade
O livro Conversas de cafetinas — um dos vencedores do Prêmio Jabuti 2010 — e as peças teatrais Cabaré das donzelas inocentes e Eros impuro fazem parte do acervo do baiano-brasiliense Sérgio Maggio. Soma-se a isso, as crônicas produzidas e publicadas no Correio durante a carreirajornalística. Completa o trio de convidados. O músico Renato Matos, autor de letras marcantes como Um telefone é muito pouco.

Essa diversidade entre os convidados é uma das principais qualidades do evento. Pelo menos é o que pensa J. Abreu. “Eles possuem estilos diferentes e até mesmo veem de partes diferentes do país, mas se unem na literatura. Cada um à sua maneira, mais divertida, mais musical, mais romântica”.

O evento será gravado e exibido pela TV Câmara, abrindo uma janela imensa que tira o projeto de Brasília e o coloca em todo o país. Para Kriemler, essa nova característica pode ser muito benéfica não somente para o Quinta Crônica, mas para a literatura da capital. “Essa cidade é uma celeiro artístico genial. Esse projeto abre portas para a divulgação das produções locais, o país tem a chance de conhecer alguns artistas brasilienses”, explica.

J. Abreu ainda não sabe como o Quinta Crônica vai ficar na televisão, mas comenta que a expectativa é muito positiva. “Não sei ainda como vai ficar toda essa questão do enquadramento, da dinâmica do palco, se vai ter edição ou não. Mas é uma experiência bacana, estou empolgado em levar ao Brasil a força desse projeto que é um forte incentivador da leitura ", comemora.

QUINTA CRÔNICA
Nesta quinta-feira, às 19h, no auditório da TV Câmara, comandado por J.Abreu. Participação de Renato Matos, Cinthia Kriemler e Sérgio Maggio. Entrada Franca. Classificação livre.


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Quinta Crônica - 26/05/2011



Troca de afinidades

Quinta Crônica ganha versão transmitida pela TV Câmara

A mistura de leituras dramatizadas de crônicas, contos, poesias e composições movimentam a volta do projeto Quinta Crônica, que passa a ser realizado no Auditório da TV Câmara, dia 26 de maio (quinta-feira), às 19h, com entrada franca. O ator J. Abreu comanda o talk show ao vivo que revela a escrita do dramaturgo e jornalista Sérgio Maggio, da contista e poeta Cinthia Kriemler e do letrista e cantor Renato Matos. O programa será gravado e transmitido pela TV Câmara.

Autor do livro Conversas de Cafetinas (um dos vencedores do Prêmio Jabuti 2010 na categoria reportagem) e autor de peças teatrais, como Cabaré das Donzelas Inocentes e Eros Impuro, Sérgio Maggio é cronista por vocação. Baiano-brasiliense, ele promete dialogar com o também conterrâneo Renato Matos, autor de letras marcantes como Quem ama mora no Gama. "Ha muitas afinidades entre mim e Renato que vão além do amor à Bahia de Todos os Santos e a Brasília de todos os povos", brinca o autor .

Funcionária pública da Câmara dos Deputados, Cinthia Kriemler é contista, cronista e poeta, que veio morar em Brasília quando era uma menina de 11 anos. Aos 50 anos, decidiu que era hora de arrancar da gaveta e da cabeça os textos e lançar seu livro: Para enfim me deitar na minha alma (livro de contos). Tem um blog:www.palavrasabracadas.blogspot.com

Quinta Crônica

Leituras dramáticas e entrevistas em talk show comandado por J. Abreu. Com Renato Matos, Cinthia Kriemler e Sérgio Maggio, Quinta-feira (26 de maio), às 19h, no Auditório da TV Câmara. Entrada franca.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

J.Abreu
foto Luana Fonteles

EROS IMPURO
Crítica
Por Júlio Durães

"De obsessões são feitas as artes, talvez as guerras e muitos amores. De obsessões, eu fiquei diante de um teatro que me impulsionou a rever alguns fantasmas que sopram aos ouvidos de tanta gente. Poderia dizer que Eros Impuro é uma montagem sobre a pedofilia, sobre o abuso sexual que macula tanta gente. Seria reduzi-la a um tema, quando vejo em cena um turbilhão que assola a cabeça do personagem. Ele bate com força parecendo querer colocá-los todos em seu devido lugar. Mas tudo está esquizofrênico, como o corpo, a mente desse personagem ocupado por um trabalho magistral desse ator, J. Abreu. Ele conduz em seu corpo a energia dos que enlouqueceram ou beijaram apaixonado a boca da loucura. Eros Impuro é a prova de um teatro que inquieta e incomoda. Estava no dia em que um casal não suportou saber que a cruz teve origem erótica. Eles saíram do teatro e eu naquele instante vi que a “arte pode derrubar corpos no chão”, pode “dar um pulo num abismo sem fim”. Fui agarrado pelo texto e direção de Sérgio Maggio, num primor de trabalho, pela força da interpretação de J. Abreu e pela narrativa que me arrastou por um túnel que não sabia onde iria dar. Quero ainda agradecer ao esmero do cenário, da luz, do figurino que me remeteu de imediato ao Bispo do Rosário e os vídeos. O que encerra a peça é uma pequena obra-prima, dentro dessa joia maior que é Eros Impuro."

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Primeira crítica para o espetáculo EROS IMPURO

J.Abreu
foto de Sérgio Maggio/divulgação


Tela impressa na memória

Carlos Higino Moreira*

Os primeiros minutos do espetáculo “Eros Impuro” me remeteram ao espaço da performance, de ser convidado para acompanhar o espaço de criação de um artista, que riscava o espaço branco do cenário com seu corpo, formando uma tela abstrata, que eu não conseguia compor nos meus olhos. A música eletrônica cortante parecia encadear esse movimento disforme e descontrolado.

À medida que o espetáculo “Eros Impuro” corria, as impressões apontavam caminhos prováveis. Estava eu diante de um pintor extremamente sedutor. Estava eu diante de um louco extremamente sedutor. Estava eu diante de um homem sangrado pela infância. As muitas complexidades da dramaturgia, poética aliás como deve ser a arte, me inquietavam, segundo a segundo, em discussões apontadas por séries de dicotomias - pornografia & erotismo, loucura & sanidade, ética & moral.

Com uma plasticidade que cabe ao mundo dos sentidos, provocada por imagens projetadas, por uma luz que ajuda a pintar esse quadro e por uma música fria e solitária, “Eros Impuro” é construído na essência do personagem, do texto e da palavra, num trabalho crucial do ator J. Abreu.

O mergulho sensorial, imagético e poético de “Eros Impuro” é impresso na pele e na memória. Saí do teatro com a tela do torso nu do homem impressa na minha memória.