JONES ABREU SCHNEIDER

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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Primeira crítica para o espetáculo EROS IMPURO

J.Abreu
foto de Sérgio Maggio/divulgação


Tela impressa na memória

Carlos Higino Moreira*

Os primeiros minutos do espetáculo “Eros Impuro” me remeteram ao espaço da performance, de ser convidado para acompanhar o espaço de criação de um artista, que riscava o espaço branco do cenário com seu corpo, formando uma tela abstrata, que eu não conseguia compor nos meus olhos. A música eletrônica cortante parecia encadear esse movimento disforme e descontrolado.

À medida que o espetáculo “Eros Impuro” corria, as impressões apontavam caminhos prováveis. Estava eu diante de um pintor extremamente sedutor. Estava eu diante de um louco extremamente sedutor. Estava eu diante de um homem sangrado pela infância. As muitas complexidades da dramaturgia, poética aliás como deve ser a arte, me inquietavam, segundo a segundo, em discussões apontadas por séries de dicotomias - pornografia & erotismo, loucura & sanidade, ética & moral.

Com uma plasticidade que cabe ao mundo dos sentidos, provocada por imagens projetadas, por uma luz que ajuda a pintar esse quadro e por uma música fria e solitária, “Eros Impuro” é construído na essência do personagem, do texto e da palavra, num trabalho crucial do ator J. Abreu.

O mergulho sensorial, imagético e poético de “Eros Impuro” é impresso na pele e na memória. Saí do teatro com a tela do torso nu do homem impressa na minha memória.

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