Fernanda Silva Batista*
Eros Impuro, me fez impura também. Me iludiu, me envolveu com uma sensualidade escancarada, tão livre, tão perversa e provocante. Se exibiu, mostrou casais em cópula, disse que o gozo do público era a coroação de sua arte! Mas, depois, como a Cinderela do Cine Arena, acabou com tudo a chicotadas...
Não era nada disso. Seus painéis eram de loucura, pincéis do trauma, suas vestes eram camisa de força e seu cárcere o da memória. Toda aquela provocação do início não poderia mesmo nos conduzir a um prazer sem culpa, gratuito. Isso seria óbvio demais, tão óbvio quanto você transar com seus modelos... E você não transa com seus modelos.
Eu entendi, você não superou aquela história dos meninos voadores. Assim como você quantos meninos e quantas meninas não vão superá-la. A sujeição do corpo ao abuso pautou sua arte, maculou sua vida. Seu público entendeu tudo o que você disse numa pincelada só. Disque 100.
Eu entendi, você não superou aquela história dos meninos voadores. Assim como você quantos meninos e quantas meninas não vão superá-la. A sujeição do corpo ao abuso pautou sua arte, maculou sua vida. Seu público entendeu tudo o que você disse numa pincelada só. Disque 100.
*Fernanda Silva Batista, bacharel em Direito pela UFMG, estudante de Improvisação para Teatro pelo Palácio das Artes. Crítica elaborada durante a oficina O Exercício da Crítica Teatral, de Sergio Maggio.
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